MARIA DE LOURDES ALVES LEITE, PIONEIRA FEMININA NA JUSTIÇA DO TRABALHO DO RIO GRANDE DO NORTE

terça-feira, 16 de agosto de 2022

MARIA DE LOURDES ALVES LEITE

 


Lourdes Alves Leite, primeira juíza federal do Rio Grande do Norte, nasceu em Macaíba e formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em 1971, numa época em que as mulheres eram minoria na velha faculdade da Ribeira. "Paulo Lopo Saraiva, Mizael Barreto, Lúcio Teixeira dos Santos, Paulo Herôncio eram todos de minha turma. Eu e Lourdes Maranhão éramos das poucas mulheres", recorda a desembargadora aposentada desde 2014. Antes de se tornar juíza do trabalho, Maria de Lourdes disputou outros concursos da magistratura, "numa época em que se reprovavam as candidatas a juíza por serem mulheres", destaca.

Em 1973, Maria de Lourdes participou de seu primeiro concurso para juíza no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte. "Eu e Suanny Braga tivemos notas para passar, mas só entraram homens", lamenta. Naquele concurso, revela Maria de Lourdes, o resultado que deveria ser anunciado em dois dias, levou quase um mês para ser conhecido. Relembra a magistrada aposentada que, à época, "um dos membros da comissão me chamou na casa dele para dizer que me devia uma satisfação, porque nós duas tínhamos sido aprovadas, mas o tribunal exigiu nossa reprovação".

Em Pernambuco, centro mais moderno da região, o preconceito contra as mulheres juízas também era bastante forte, segundo Maria de Lourdes, que fazia mestrado em Direito na Universidade Federal de Pernambuco e participou de outro concurso. Corriam os anos 1980 e ela se inscreveu novamente para o concurso de juiz do Tribunal de Justiça de Pernambuco. "Eu e várias colegas de mestrado nos inscrevemos para o concurso, mas todas as inscrições femininas foram indeferidas. Preconceito machista, porque se acreditava que só os homens poderiam fazer justiça", acredita Maria de Lourdes.

Para ela, o mundo evoluiu e "graças a Deus a coisa está se abrindo mais para as mulheres, porque antes a gente não podia nem pensar em ser magistrada pelo fato de ser mulher". Maria de Lourdes também atuou como professora de Direito Processual Trabalhista e Direito Processual Civil no Departamento de Direito Público da UFRN, onde se aposentou desde 1998.  A pouca presença de mulheres na magistratura tem uma razão de ser na própria história do ensino do Direito no Rio Grande do Norte.

FONTE – TRIBUNA DO NORTE

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